A indústria da construção brasileira abriu 22.611 empregos em maio — registrando aumento de 0,94% na comparação com abril. No ano, o setor criou 156.693 postos de trabalho com carteira assinada (+6,89% na comparação com dezembro). O setor retomou ligeiramente o ritmo de crescimento do emprego depois de este desacelerar.
Registraram-se 21 mil contratados em abril, 24 mil em março, 44 mil em fevereiro e o mesmo número em janeiro.
Os dados são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados em 1º de julho pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia.
De junho de 2020 a maio de 2021, a construção abriu 317.159 novos empregos, um aumento de 15,01%. Foi o quarto setor que gerou o maior número de postos de trabalho formais nestes 12 meses, atrás de serviços (+566.306), da indústria (+641.729 vagas) e do comércio (+654.196), e na frente da agropecuária (+153.631).
De acordo com Odair Senra, presidente do SindusCon-SP, “a construção segue contratando, mas preocupa que o projeto de lei do governo de alterações no Imposto de Renda venha a prejudicar os investimentos no setor. É o que pode acontecer se prevalecer a proposta de tributação dos dividendos dos fundos imobiliários e dos dividendos entre empresas sócias de SPEs (Sociedades de Propósito Específico) que lançam os empreendimentos imobiliários.”
Nas atividades imobiliárias, o saldo entre admissões e contratações em maio foi positivo: 1.388, acumulando 8.319 no ano. Aqui, entretanto, manteve-se a desaceleração no ritmo de crescimento do emprego, ante os 1.487 empregos gerados em abril, 1.574 em março, 1.809 em fevereiro e 2.061 em janeiro.
ESTOQUE
Ao final de maio, a construção empregava 2.430.363 trabalhadores com carteira assinada no país. Já o saldo entre admissões e demissões entre todos os setores da atividade econômica no país resultou na abertura de 120 mil empregos em maio.
POR ESTADOS
Das vagas abertas pela construção em maio, 2.546 registraram-se no Estado de São Paulo. Também aqui houve desaceleração, ante as 5.959 abertas em abril, as 8.132 criadas em março, as 12.745 abertas em fevereiro, e as 15.699 em janeiro.
Além de São Paulo, os Estados que mais empregos abriram no setor no mês foram: Minas Gerais (4.943), Pará (3.041), Goiás (1.874), Paraná (1.648), Santa Catarina (1.358) e Mato Grosso (1.127).
OTIMISMO MODERADO
A Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) divulgou neste 1º de julho a nova edição do Termômetro da Indústria de Materiais de Construção.
A pesquisa de opinião realizada com as lideranças do setor indica que as empresas associadas seguem com relativo otimismo em relação aos resultados em junho. Para 52% dos associados da Abramat o mês apresentará resultado bom e 24% apontam o período como regular.
Para julho, a expectativa é que o otimismo se mantenha estável, com 52% das empresas associadas estimando resultado bom, e 29% acreditando que será regular.
A pesquisa também apresenta os dados consolidados de maio de 2021, indicando que o mês foi de resultados um pouco mais tímidos para o setor. Ao todo, 24% dos associados consideraram que o mês de maio trouxe resultados muito bons, 48% bom, e para os demais 24% o resultado foi regular.
O Termômetro da Abramat também traz informações acerca do nível de utilização da capacidade instalada da indústria de materiais. Em junho, a utilização da capacidade industrial manteve o patamar do mês anterior, com 78%, superior à média antes da pandemia.
Já as pretensões de investimento em junho de 2021 apresentaram queda, com redução de 14 pontos percentuais em relação ao mês anterior, com 67% das indústrias de materiais indicando que devem realizar novos investimentos nos próximos 12 meses seja para aumento da capacidade produtiva, seja na modernização dos meios de produção.
Essa flutuação na intenção de investir no médio prazo pode ser explicada pela efetivação recente de investimentos para fazer frente ao aumento de demanda dos últimos meses. A título de comparação, em junho do ano passado, ainda sentindo os reflexos mais graves da crise do covid-19, este indicador era de apenas 52%.
EXPECTATIVA OTIMISTA E MUITOS DESAFIOS
“Os resultados da última edição do Termômetro da Abramat são positivos, e indicam que o setor continua apresentando uma expectativa otimista, sem deixar de considerar os muitos desafios que temos enfrentado. Ainda que haja sinais de aquecimento do mercado, fatores como aumento da tarifa de energia, variação cambial, flutuação internacional do preço das commodities e alta nos fretes deixam o setor atento. Continuaremos trabalhando em conjunto com toda a cadeia da construção civil para apoiar a implementação de reformas estruturantes que ajudem a diminuir o Custo Brasil e aprimorar o ambiente de negócios brasileiro, de forma que o setor supere os obstáculos que vêm sendo enfrentados”, ressalta Rodrigo Navarro, presidente da Abramat.
FONTE:
CONTRAMARCO