A construção civil foi o setor que mais abriu vagas em 2020, tanto informais quanto com carteira assinada. Para esse ano, as previsões se mantêm animadoras. Conforme o portal Correio Braziliense, especialistas asseguram que, superados os desafios de desabastecimento e alta nos preços dos insumos, a indústria da construção civil pode gerar mais 200 mil oportunidades de emprego e um crescimento de 4% no PIB da construção em 2021.
Segundo Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no fim do ano passado, a construção civil teve crescimento na ocupação de 10,7%.
A Pnad Contínua considera a ocupação de trabalhadores por conta própria, informais e com carteira assinada. De acordo com o levantamento, o contingente da força de trabalho na construção civil passou de 5,336 milhões no trimestre móvel de maio/junho/julho de 2020 para 5,910 milhões no período agosto/setembro/outubro, com 574 mil novas oportunidades de trabalho.
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que avalia apenas o trabalho formal, também aponta a construção civil como o setor que mais gerou vagas de janeiro a novembro de 2020: 157.881 mil. A criação de postos de trabalho aumentou 34,6% na comparação com o mesmo período de 2019. O crescimento acumulado do número de trabalhadores com carteira assinada foi de 7,29% em 11 meses.
Em entrevista ao site Correio Braziliense, Ieda Vasconcelos, economista da Câmara Brasileira da Construção Civil (Cbic), menciona que o incremento do financiamento imobiliário e as taxas de juros no menor patamar da história contribuíram para o desempenho. “A pandemia ressignificou o valor da casa própria. Com todo mundo trabalhando e estudando em casa, houve necessidade de mais espaço”, explica. “Há que se considerar também a capacidade de organização do setor. Por meio de protocolos, manteve a segurança e a saúde do trabalhador, e ampliou as vendas on-line”, acrescenta.
Para 2021, a perspectiva segue positiva. “A expectativa é de um crescimento de 4% no PIB da construção, o que significa a geração de 200 mil novos postos de trabalho”, estima Ieda. A projeção se justifica em função de alguns fatores: continuidade do baixo patamar de juros, o crescimento das vendas e lançamentos de novos empreendimentos. “Mas há desafios. Neste momento, temos desabastecimento e insumos mais caros, alguns com aumentos superiores a 70%”, completa a economista da Cbic.
Na opinião do especialista em mercado imobiliário Fábio Tadeu Araújo, economista e sócio diretor da Brain Inteligência Estratégica, a previsão para contratações futuras no setor da construção civil é bastante positiva. A expectativa do especialista está baseada no grande volume de lançamentos imobiliários, de novos prédios e casas que foram colocadas à venda nos últimos quatro meses de 2020.
Araújo afirma que o setor programa novo volume recorde de lançamentos para 2021. “Com isso, o ano deve ser muito positivo para geração de empregos. Diferentes cargos serão contemplados, em especial com carteira assinada”, estima. No entanto, ele projeta que pequenas empresas, autônomos e profissionais sem registro também serão beneficiados.
FONTE:
CONTRAMARCO